Com o passar dos anos, como é de conhecimento de todos, as tais pedrinhas foram se soltando uma das outras e grandes crateras se formaram no tão famoso calçadão. Passados muitos anos de emendas desesperadas e ineficazes, eis que a Administração Pública, novamente sob a gestão de Elias Carrer, dá um passo positivo rumo à modernização do calçadão de Medianeira.
Há que se destacar que o projeto em si, é fantástico: harmoniza a avenida com o novo estilo arquitetônico da praça, deu fim às reclamações quanto a ausência de estacionamento no primeiro trecho do calçadão, removeu as árvores que, segundo os comerciantes, tampavam a fachada do comércio e favorecia a ação dos inúmeros pombos, criou uma nova concepção de acessibilidade, criando elevações no asfalto a fim de criar trechos sem obstáculos para cadeirantes e, por fim, reformou a malha asfáltica cuja vida útil já extrapolara há muito tempo.
Entretanto, todos esses pontos positivos podem acabar ficando em segundo plano, tudo pelo fato de se tratar de uma obra pública e, como tal, apresentar os velhos problemas tão conhecidos pelos brasileiros: mal se inaugura uma obra, os defeitos começam a aparecer. Ao caminhar pela nova calçada, é perceptível que inúmeras "lajotas" já estão soltas ou quebradas devido ao assentamento incorreto das mesmas, tendo sido deixados espaços sem preenchimento de cimento. Além disso, podemos estar enganados, mas não existem locais propícios para o plantio de árvores.
Certamente o resultado da má execução de mais essa empreitada pública será o desperdício de dinheiro público, o que já pôde ser observado quando os funcionários que trabalhavam na obra tiveram que quebrar algumas lajotas já assentadas para a colocação do trilho que favorece o acesso de deficientes visuais. Ora, se já existia um projeto que previa a colocação do trilho para deficientes visuais, é inadmíssivel que erros desse tipo aconteçam. Estamos perdendo uma grande oportunidade de realizar uma obra que dure por muitos anos, o que demonstra que na política atual, o importante é a perpetuação da necessidade de novas obras como meio de propostas eleitoreiras. A obra mal feita de hoje, é uma proposta de realização para a campanha eleitoral de amanhã.